Mãe de Manel Maria Trindade dirige carta aberta ao PAN e seus seguidores após morte do filho

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Alzira Trindade, mãe de Manel Maria Trindade, publicou uma carta aberta dirigida ao PAN (Pessoas–Animais–Natureza) e aos seus seguidores, na qual expressa o seu desabafo face às reações à morte do filho.

Na mensagem, Alzira Trindade começa por agradecer, com ironia, os “aplausos”, “risos” e “regozijos” que afirma terem ocorrido após a morte de Manel Maria. Questiona se aqueles que celebraram a sua morte o conheciam e se sabiam do seu amor pelos animais, afirmando que o filho sempre teve cães, que faziam parte da família e dormiam com ele. “Os animais sabem quem são as boas pessoas”, escreve.

Refere que Manel Maria pertencia a um grupo de irmãos que, segundo a autora da carta, “envergam uma jaqueta com honra, com bravura”, sublinhando que esses grupos “nunca fizeram mal a um touro”, lidando com ele “com arte”.

Alzira Trindade contesta as reações de alguns que, segundo diz, afirmaram frases como “já nos livramos de mais um” ou “este já está arrumado”. Defende que o filho era um “animal racional”, tal como todos os humanos, e questiona por que motivo não são criticados outros desportos de risco como a Fórmula 1, o boxe, o esqui ou o rapel.

Admite que havia prometido a si mesma não ler os comentários que foram surgindo, mas que acabou por fazê-lo, agradecendo, com sarcasmo, o “apoio e carinho demonstrado”.

A autora da carta lembra que se vive num país democrático, onde cada pessoa é livre de gostar do que quiser, e partilha que, no momento em que escreve, se encontra em casa à espera da entrega do corpo do filho, que foi dador de órgãos. Alzira Trindade sublinha que Manel Maria, na morte, ajudará “7 vidas de animais racionais”.

Termina com um tom desafiante, dizendo: “Olhem celebrem, ele vai continuar vivo em 7 pessoas para vos incomodar. Que mau que ele era, o animal racional.”