Desafios da inteligência artificial explicados e debatidos em Alenquer

Escrito por em 27 de Março, 2024

IMG: Câmara Municipal de Alenquer.

O Auditório Damião de Góis, em Alenquer, acolheu, no passado dia 21 de março, o  primeiro seminário de sempre levado a cabo no concelho de Alenquer vocacionado para a inteligência artificial. Dedicado ao setor empresarial, mas aberto a toda a comunidade, o fórum de partilha de conhecimento contou com a presença de alunos do ensino secundário da Escola Secundária Damião de Goes.

Goretti Marreiros, presidente da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial, abriu a discussão e apontou a “necessidade de, nas empresas, ser criado um ambiente favorável à inovação”. “Temos de ser capazes de colmatar o défice de competências digitais e de garantir que todas as empresas têm acesso a essa tecnologia. Não queremos deixar as pessoas para trás e é importante que as empresas também tenham essa oportunidade, sendo que algumas terão se de reinventar. Podemos usar a inteligência para na educação, saber se os alunos estão a aprender e como o estão a fazer”, referiu a uma plateia de jovens que assumiu ter tido já contacto com uma ou mais plataformas que exploram a inteligência artificial, como o ChatGPT.

Em Alenquer esteve Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, que assumiu que o PRR “tenta responder a este desafio da inteligência artificial em várias dimensões”. “Há um desafio essencial para a adoção da inteligência artificial quer por parte das empresas quer da população em geral que se chama capacitação. Se não tivermos instrumentos permanentes de capacitação dos diferentes públicos, dos mais jovens às pessoas mais velhas, não conseguiremos, de forma abrangente, implementar esta nova tecnologia que vai implicar novas formas de trabalhar. É algo que vai exigir do ponto de vista empresarial a adoção das tecnologias mas também de metodologias de trabalho. O setor público desempenhará um papel fulcral”, reiterou.

Bernardo Sousa, vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mencionou as quatro medidas – Formação Emprego +Digital, Líder +Digital, Formador +Digital e Cheque-formação +Digital – que integram o programa ‘Emprego +Digital 2025’, financiado pelo PRR. “Para construir uma estratégia de transformação digital, os empresários não têm de ser especialistas em competências digitais. Têm de ser conhecedores de uma fasquia mínima, mas depois têm de criar essa visão. O mesmo é válido para as escolas, para o IEFP ou para o Município de Alenquer”, descreveu, sobre uma das possibilidades de formação.

O vereador do município, Paulo Franco, encerrou o seminário e salientou a importância de debates desta grandeza para fazer progredir a sociedade neste capítulo. “O ser humano não vai parar e considero que o desafio está na elaboração do trabalho de rede entre os vários agentes para a partilha do conhecimento, das universidades aos municípios e passando pelas empresas. É este o caminho. Agradeço aos alunos, ao tecido empresarial presente e aos oradores, que garantiram a riqueza na discussão durante toda a manhã. Todos ajudaram a que as nossas ideias fossem esclarecidas”, revelou o anfitrião, em Alenquer.

O debate foi moderado pelo professor Pedro Sebastião, Presidente do AUDAX – Centro de Inovação e Empreendedorismo do ISCTE, num dia em que esteve a decorrer em paralelo a quarta reunião ordinária do Conselho Estratégico Empresarial de Alenquer.


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