Fernando Valente absolvido do homicídio de Mónica Silva

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Fernando Valente foi esta terça-feira absolvido de todos os crimes de que estava acusado no âmbito da morte de Mónica Silva, conhecida como a “grávida da Murtosa”. A decisão foi proferida no Tribunal de Aveiro, onde decorreu a leitura do acórdão.

À saída do tribunal, os familiares da vítima reagiram com indignação, ouvindo-se expressões como “uma vergonha”.

De acordo com o advogado da família, António Falé de Carvalho, o coletivo de juízes e jurados apenas considerou provado que Mónica e o arguido combinaram encontrar-se na Torreira, sem que ficasse determinado o local exato. O advogado adiantou que será interposto recurso para o Tribunal da Relação.

O tribunal deu também como provado que Fernando Valente se envolveu sexualmente com a vítima pelo menos uma vez e que, a 3 de outubro de 2023, usou um cartão SIM pré-pago num telemóvel antigo para evitar ser localizado, contactando a vítima para marcar o encontro. Nessa data, o telefone de Mónica ativou uma antena que cobre a zona do apartamento do arguido na Torreira — o local onde, segundo a acusação, o crime teria sido cometido. Ficou ainda registado que, nos dias seguintes, o arguido e o pai procederam a uma limpeza profunda da habitação.

O processo foi julgado com tribunal de júri – três juízes e oito jurados – e decorreu à porta fechada, por decisão da juíza responsável, com o objetivo de proteger a intimidade da vítima e dos seus filhos.

Fernando Valente enfrentava acusações de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa.

Ao longo do julgamento, sempre negou os factos e voltou a declarar a sua inocência na última sessão.